segunda-feira, 30 de junho de 2014

"Here comes the sun".

Gostaria, de todo o meu coração poder derramar mil lágrimas neste instante, sobre esse texto e sobre os objetos tão impessoais que compõem a minha mesa de trabalho. E, pelo menos por hoje, entender toda essa confusão de vontades que parecem conduzir à uma nova velha história que me coloco estupidamente. Poderia gritar, quem sabe? Mas de que adiantaria? Não há a quem culpar, e nesses momentos o peso recai todo sobre os meus próprios ombros. E nem minhas musicas terapias parecem funcionar neste momento. Alcançar um sonho e fechar um ciclo não deveriam ser tão dolorosos. Ou pelo menos não deveria ser tão difícil rasgar as velhas roupas que não mais servem. É tão contraditório pra quem ama mudanças ter medo de uma reviravolta. Medo de começar do zero, sem nem saber por onde começar. Medo de acomodar, medo de não ter mais aquele abraço que em breve estará a um oceano de distância, medo de cumprir com o que prometeu a si mesma. Não, não quero uma luz, um consolo, um sinal divino. Dessa vez, apenas minhas lágrimas ou meu grito seriam capaz de me acordar para a vida que eu quis e alcancei. Mas eles não vêm. Nunca fui de chorar e não será agora que irei desaguar, nem sou louca pra sair gritando por ai no meio da rua, ate porque o grito sempre é mais legal quando se está no meio do nada ou pelo menos é o que parece. A vida chama e embora soubesse que um dia ela chamaria, não estou pronta para atender ao chamado, mas, não há como olhar para trás, nem como ficar parado. Só há um caminho e um horizonte para se fixar. 


Esquece o medo e voa. 




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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Mais uma vez a maldita tpm ataca e com ela todo o sentimentalismo, carência e mimimis que empurro a cada segundo pro fundo mais fundo do meu cérebro. Quanto tempo mais vai se passar nessa falta de uma mão pra segurar e sentir que sim, vai ficar tudo bem e se não ficar você tem a quem recorrer? Um colo pra descansar o cansaço de dias corridos e estressantes ou pelo menos uma palavra otimista quando as forças se esgotam. Nesses dias, todas as minhas barreiras se desmancham feito água e toda o meu gelo se derrete tal qual fosse jogado em um deserto quente. Levo, todos os dias, todos os meus pensamentos e foco em quem quero ser, em quem vou ser. Porque sei que serei e só preciso de mim mesma. Afinal de contas, é toda uma vida levada em meus próprios pés e ombros. Sem apoios além da minha fé em Deus e no amor que carrego em cada célula do meu corpo. Não canso de preencher a alma enxergando tudo de bonito dessa vida, sentindo o mundo em minha liberdade, conquistando e tendo orgulho em trilhar sozinha cada degrau. Mas chega, sempre, uma vez no mês, essa nostalgia. Essa falta, esse vazio. Os questionamentos de sempre, o achar que não merece ou que tem algo errado, os mil defeitos enxergados no espelho. Pra relembrar dos tantos desacertos, desencontros, daquilo que não foi. Pra me enlouquecer de pensamentos e paixonites passageiras, pra aumentar o meu medo de sentir e perder a independência que tanto penei a ter. E passa. Tão rápido quanto chega. E os muros voltam, as armas são postas em jogo junto com as mil armadilhas. E o pensamento de sempre de que nunca vou entender, até que um dia simplesmente alguém diga: vai ficar tudo bem. E não precisarei mais desses dias, nem de muros. Só de fechar os olhos e sentir.